ATA DA DÉCIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 26-02-2009.
Aos vinte e seis dias do mês de fevereiro do ano de
dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá,
Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
Juliana Brizola, Marcello Chiodo, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta,
Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Luiz Braz, Mario
Manfro, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Pedro Ruas e Reginaldo
Pujol. Na oportunidade, foram apregoados os seguintes documentos: Memorando nº
019/09, firmado pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, informando que o Vereador Ervino Besson representou externamente
este Legislativo, no dia de ontem, na abertura oficial das atividades do Centro
de Convivência de Pessoas Idosas Santa Clara, em Porto Alegre; Memorando nº
004/09, da Vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, nos
dias de ontem e hoje, na abertura do ano letivo no Município de Jaguarão – RS
–; e Processo nº 0909/09, por meio do qual o Vereador Mauro Pinheiro requer
autorização para representar externamente este Legislativo, nos dias três e
quatro de março do corrente, em reunião no Ministério das Cidades sobre o
Projeto de Áreas de Revitalização Econômica – AREs –, em Brasília – DF. Também,
foi apregoado o Ofício nº 541/09, do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande
do Sul, encaminhando a prestação de contas do Município de Porto Alegre
referente ao exercício do ano de dois mil e seis. Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 10096989, 10097450, 10098860, 10099326, 10099898,
10109011, 10110372, 10111568, 10112281 e 10112348/09, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores
Aldacir José Oliboni, João Carlos Nedel e Luiz Braz, em tempos cedidos,
respectivamente, pela Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores Tarciso Flecha
Negra e Toni Proença. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Luiz
Braz. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 026/09, de autoria do Vereador
Valter Nagelstein, comunicando que, em face de Sua Excelência estar em
Representação Externa deste Legislativo nos dias três e quatro de março do
corrente, em reunião no Ministério das Cidades sobre o Projeto de Áreas de
Revitalização Econômica – AREs –, em Brasília – DF –, não comparecerá à Sessão
Ordinária do dia quatro de março do corrente. Também, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Elias Vidal, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia três de março do corrente, tendo o
Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Maristela Maffei,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças,
Orçamento e do MERCOSUL. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se a Vereadora
Maristela Maffei. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Paulinho Ruben
Berta, em tempo cedido pelo Vereador Valter Nagelstein, e Waldir Canal. Em
continuidade, o Senhor Presidente informou a realização, no dia dois de março
do corrente, de reuniões da Mesa Diretora, às nove horas, e da Mesa Diretora
com o Colégio de Líderes, às onze horas. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª
Sessão, estiveram o Projeto de Lei do Legislativo nº 001/09, discutido pelo
Vereador Reginaldo Pujol, e os Projetos de Lei do Executivo nos
005/09, discutido pelos Vereadores Ervino Besson e Reginaldo Pujol, e 006/09,
discutido pelos Vereadores Engenheiro Comassetto e Reginaldo Pujol. Também, a
Vereadora Fernanda Melchionna manifestou-se durante o período de Pauta. Na
ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor
Luiz Dexheimer. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, manifestaram-se os Vereadores Pedro
Ruas, Reginaldo Pujol, Nelcir Tessaro, João Antonio Dib, Dr. Thiago Duarte e
Engenheiro Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, manifestou-se o
Vereador Carlos Todeschini. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo,
manifestou-se o Vereador Mario Manfro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, manifestou-se o
Vereador Airto Ferronato. Às dezesseis horas e sete minutos, o Senhor
Presidente informou não haver matéria priorizada para a Ordem do Dia da
presente Sessão e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e secretariados pelo
Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): De imediato, passamos ao
O
Ver. Elias Vidal está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.)
Ausente. Encerrado o Grande Expediente.
Passamos às
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo deste Vereador. (Pausa.) Desiste. Algum dos
Vereadores da Bancada quer usar o tempo? (Pausa.)
O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon, que está em
representação da Casa.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, creio que é de
extrema importância no dia de hoje falarmos sobre dois temas que são
fundamentais e que estão na pauta do dia. Um deles diz respeito ao tema da
Campanha da Fraternidade: não podemos esquecer que o tema enfocado pela
Campanha da Fraternidade - pela CNBB - é a segurança. Nós não podemos nos
eximir, como Vereadores e homens públicos que somos, de promover a segurança
das pessoas como também de cobrar do Executivo políticas que venham ao encontro
da segurança do cidadão. E, por incrível que pareça, tanto eu como os senhores,
as senhoras, os cidadãos que estão nos assistindo, aqueles que estão nos
ouvindo, todos estamos cada vez mais trancados nas nossas residências e em
todos os lugares que andamos. Inclusive, antes de abrir o portão eletrônico da
nossa casa, do nosso condomínio, nós verificamos se existe algum transeunte
próximo, próximo ao carro, ou uma moto que se aproxima e assim por diante. A insegurança
do cidadão está tão grande que nós mesmos estamos admitindo que é preciso ter
ações concretas dos Governos Municipais, Estaduais e Federal.
Nós queremos saber, por exemplo, quais as políticas
de Segurança que o Governo Municipal estará aplicando para contribuir com o
tema da Campanha da Fraternidade adotado pela CNBB. Eu tenho certeza absoluta
de que iremos não só convidar o Arcebispo como também alguém que represente a
CNBB para poder contribuir com a Casa e com a população de Porto Alegre nesse
debate.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Aldacir Oliboni, é extremamente importante o seu pronunciamento. Queira
Deus, no que se refere à Campanha da Fraternidade deste ano, sobre segurança,
que o nosso Poder Judiciário, não generalizando em relação a esse Poder, pois
temos o maior respeito pelo Judiciário... Nós não podemos aceitar, meu colega
Vereador, que um cidadão - se é que podemos chamá-lo assim, mas, neste momento
em que V. Exª fala da Campanha da Fraternidade, vou fazer um esforço - que tem
nove homicídios e mais uma larga ficha de criminalidade receba o indulto de
Natal e cometa um assassinato como o que vitimou aquele policial militar, que
parte com 32 anos de idade, deixando esposa e dois filhos pequenos. Então, que
isso sirva de alerta para o nosso Poder Judiciário, que detém a
responsabilidade de conceder ou não o indulto de Natal para essas pessoas! Acho
que temos muito que trabalhar em cima disso. Fica, então, um alerta deste
Vereador. Obrigado pelo aparte.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Muito bem, meu nobre Vereador, muito bem levantado
o assunto. É um assunto importante que temos de tratar em nível de Governo do
Estado, temos que cobrar da Governadora, por exemplo, quais as ações concretas
previstas. Inclusive, um dos Deputados do seu Partido está adotando um sistema
muito importante e moderno, que é o famoso chip de identificação, seja nos
indultos ou na liberação para algumas audiências e assim por diante; almejamos
que realmente isso possa acontecer.
Tenho certeza de que a Casa e também os cidadãos estão apoiando essa nova
iniciativa.
O
tema concreto, de fato, é: quais as medidas que estamos vendo do nosso
Município, da Prefeitura Municipal, enfim, dos órgãos estaduais e municipais,
com relação à segurança no dia-a-dia da nossa Cidade? Pois, em todas as
esquinas por que passamos, percebemos pedintes; todas as noites verificamos
acidentes ou assassinatos; em todos os bairros vemos a insatisfação, a
intolerância, o desemprego, a falta de políticas de inclusão social para ocupar
essas pessoas. Nem mesmo o esporte é colocado como forma de ocupar os cidadãos
ou as crianças lá na comunidade; nem mesmo em turno integral se fala mais aqui,
Verª Juliana Brizola, para poder ocupar as crianças o dia todo, uma das grandes
linhas de atuação na campanha eleitoral. Nós queremos ações concretas de
inclusão! E é nesse sentido que, tenho certeza, o tema da Campanha da
Fraternidade nos chama para a realidade. E cabe, sim, a nós Vereadores uma
grande reflexão sobre o tema. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Tarciso Flecha Negra.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o
Ver. Aldacir Oliboni referiu muito bem que estamos na Quaresma - tempo de
reflexão -, que deve servir para que reflitamos sobre nossas ações e sobre como
podemos contribuir com esse tema. O Vereador esqueceu de falar que o tema é
“Fraternidade e Segurança Pública”, e que o lema é “Paz é fruto da justiça”.
Esses são o lema e o tema da nossa Campanha.
Eu
queria, primeiro, colocar que Quaresma é tempo de reflexão, é tempo de revisar
conceitos, é tempo de verificar se estamos realmente sendo fraternos. A solução
para o problema da segurança depende muito da nossa fraternidade; sim, depende
muito. E também depende de nós, Vereadores, nos entendermos mais adequadamente.
Sabemos que provavelmente tenhamos aqui em Porto Alegre a realização da Copa do
Mundo, e que há uma necessidade grande do nosso metrô, do nosso Trensurb. Eu me
recordo, Ver. João Antonio Dib, que um Ministro dos Transportes veio aqui e
colocou - há uns dez, doze anos - um pré-projeto para a construção da Linha 2
do metrô. E o Prefeito da época disse que isso era demagogia, mandou embora
esse investimento do Governo Federal. Agora, nós estamos correndo atrás; o
metrô é necessário. Quanto tempo nós perdemos? Quantos empregos nós perdemos?
Quanta verba nós perdemos? Quanto bem-estar nós perdemos por falta de
orientação?
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Ver. João Antonio Dib, com muita honra lhe dou um aparte.
O
Sr. João Antonio Dib:
Nobre Ver. João Carlos Nedel, eu só espero que esse metrô de 2014 não seja
igual àquela ligação de São Leopoldo a Novo Hamburgo do Trensurb. Só isso.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sim,
ele deverá ser diferente, é outro sentido, mas V. Exª tem razão.
Nós
aqui também aprovamos o Projeto do Pontal do Estaleiro; o Prefeito vetou e
agora mandou um novo Projeto. Nós estamos falando em segurança, mas, talvez, se
tivéssemos aprovado em tempo hábil, teríamos mais oitocentos empregos. Ver.
Marcello Chiodo, isso é segurança. Imagine V. Exª se oitocentas pessoas ficarem
desempregadas, sem recurso algum, vão fazer o quê? Vão assaltar, vão roubar,
pedir emprestado, sequestrar! Esses detalhes nós poderíamos ter resolvido já há
um bom tempo. Nós temos problema de segurança? Temos. Há falta de presídios? Há.
E o que há com as comunidades que não aceitam construir presídios em suas
cidades? Nós estamos devolvendo recursos, porque as comunidades não querem
receber presídios. A tristeza, Srs. Vereadores, é que parece que as comunidades
preferem que os bandidos fiquem soltos, e não presos, reclusos.
Então,
senhoras e senhores, quero que aproveitem a Campanha da Fraternidade para
refletirem sobre a nossa responsabilidade. Nós estamos sendo fraternos? Nós
estamos colaborando com a paz, com a justiça e com a segurança? Eu tenho
certeza de que estamos, mas que podemos melhorar pela nossa capacidade, porque
fomos escolhidos pela população. Nós somos escolhidos, Ver. Dr. Thiago! E, por
essa escolha, temos imensa responsabilidade. Precisamos corresponder a ela.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Toni Proença.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, há algum tempo se instalou no País uma indústria de
denúncias, e aquelas pessoas que denunciavam, que apontavam o dedo para dizer
que os outros eram corruptos, que os outros falhavam, foram-se fortalecendo,
porque foram-se revestindo de uma capa de honestidade e de moralismo. Ao longo
do tempo, o fortalecimento desses acusadores foi tão grande que eles dominaram
o País. E aí, de uma hora para outra, essas pessoas, que antes faziam
denúncias, foram flagradas como as maiores corruptas que este País já conheceu.
E ficou bem demonstrado que a única coisa que essas pessoas queriam era chegar
ao poder. Era o poder pelo poder, nada mais do que isso.
Eu
imaginava que tudo isso tivesse servido de lição para toda a nossa sociedade. O
Presidente da República, a muito custo, safou-se daquele mar de lama que também
o envolvia. Eu ouço que um Partido político que está se fortalecendo agora está
usando a mesma tática que aquele outro Partido usou para chegar ao poder. Eu
acredito que aquelas lições antigas devem servir para alguma coisa. Agora, quem
está estendendo o dedo e acusando o grupo que está no Governo tem aqui algumas
coisas que deveria explicar, como o carro fantasma pertencente à Deputada
Luciana Genro, por cinco anos estão utilizando o carro de uma pessoa que já
faleceu. Os outros acusadores deveriam explicar todas as mortes de testemunhas
que estavam surgindo, para poder constatar corrupção de pessoas que
aparentemente são sérias.
E
vejo que no meio de tudo isso está uma pessoa que admiro muito, meu amigo Pedro
Ruas. Inclusive, agora, durante o carnaval, eu não estava aqui em Porto Alegre,
recebi de um repórter de uma das emissoras aqui de Porto Alegre uma sugestão de
que eu deveria ingressar com uma ação por causa das denúncias aqui havidas. Mas
eu disse a ele que não, que as coisas não deveriam ser tratadas dessa forma.
Ver. Pedro Ruas, meu amigo, se cada um de nós começarmos a apontar o dedo, um
na direção do outro, com toda a certeza vamos ter muita coisa para acusar um ao
outro. Só que a sociedade não ganha nada com isso. Assim como a sociedade não
ganhou nada com aquelas pessoas envolvidas no “mensalão”, ou em todos os outros
escândalos que surgiram de pessoas que, aparentemente, eram decentes, e, daqui
a pouquinho, viu-se que elas também estavam numa sociedade que vive realmente
um grande processo de corrupção.
Eu
acho que nós devemos tentar estabelecer o melhor dos diálogos para resolvermos
os problemas que temos na sociedade, problemas que não são poucos, tanto aqui
no Município como no Estado, na União ou nos Partidos políticos. Se não
conseguirmos estabelecer um diálogo mínimo para, juntos, vencermos as
dificuldades que hoje atrapalham o progresso da sociedade, acho que não
merecemos realmente o cargo público que temos hoje. Eu tenho certeza absoluta
de que V. Exª, que é um homem honrado, que tem um passado brilhante, vai
repensar essa maneira de fazer política, que eu já imaginava estar mais no
passado.
O
denuncismo tem que ceder lugar a uma ação mais eficaz em prol da sociedade, porque
senão viremos aqui somente para denunciar. Quem somos nós? Será que temos uma
moral tão alta, que podemos estender o dedo em direção a todos e dizer que os
outros são corruptos, e pronto? E fica tudo por aí mesmo? Causamos algum efeito
positivo à sociedade? Vamos com isso transformar a sociedade em uma outra
sociedade? Acho, por exemplo, que nós, aqui no Rio Grande do Sul, infelizmente,
deixamos muito de progredir por causa dessa forma de fazer política, que não
nos levou a lugar nenhum. Não que devamos baixar a cabeça com relação aos
corruptos; não, nada disso! Mas não podemos ficar, Ver. Pedro Ruas,
simplesmente tentando destituir Governos, acabar com as Administrações.
O
SR. LUIZ BRAZ: Nós não
podemos, de forma nenhuma, ficar nesse terreno, apenas tentando destruir, e,
através da destruição do outro, eu me fortalecer, porque esse meu
fortalecimento é falso. O PT, quando se fortaleceu em cima dessas bases, obteve
um fortalecimento extremamente falso. Hoje, quando observamos o que está
acontecendo no campo político, vemos que o que foi feito dessa forma -
simplesmente buscando o fortalecimento partidário - não resultou em nada em prol
da sociedade. Se achamos que o Rio Grande do Sul progrediu ou que Porto Alegre
progrediu por causa desse tipo de fazer política, vamos ver que, realmente,
Porto Alegre perdeu muito, que o Rio Grande do Sul perdeu muito, e que, se
tivéssemos tentado vencer esses obstáculos de uma outra forma, poderíamos ter
produzido mais em prol da sociedade do que produzimos.
É
uma sugestão que faço. E faço sugestão só aos meus amigos - eu não faço
sugestão para pessoas que não são minhas amigas - e às pessoas que eu considero.
Por considerá-lo, Ver. Pedro Ruas, e por ter muita admiração pelo seu passado,
pelo trabalho que V. Exª já realizou e pelo trabalho que realiza, eu digo que
V. Exª é muito capaz e competente para fazer um outro tipo de política em prol
da sociedade a simplesmente isso, que já foi um processo derrotado de fazer
política - o denuncismo. Vossa Excelência não é talhado para isso; V. Exª é
muito competente, é muito capaz, não precisa ficar apenas nesse campo. Eu não
quero citar nomes de pessoas consideradas honradas e que ficavam apenas
estendendo o seu dedo em direção aos outros, mas V. Exª sabe que existem
dezenas; não vou dizer mais do que dezenas, porque são dezenas. Eu poderia
dizer aqui seus nomes, sei o nome de todos ou, pelo menos, de quase todos, mas
não vou dizer, não adianta nada ficar citando isso.
O
Ver. Adeli Sell costuma falar da “grenalização” que nós temos em nossa
sociedade, essa disputa constante entre quem está no poder e quem não está no
poder, um tentando derrubar o outro; eu acredito que temos que inverter essa
lógica. Quem está no poder precisa ser fiscalizado; com toda a certeza, tem que
ser fiscalizado, mas ele precisa também ser ajudado, para que possamos
construir uma sociedade melhor do que esta sociedade de hoje. Nós todos podemos
corrigir os erros da sociedade. Aqui mesmo nesta Casa, quantos erros existem?
Quantas correções podemos fazer aqui mesmo onde estamos? Vamos tentar fazer
isso juntos! Já corrigimos tanto desde que viemos para cá - e V. Exª é também
daquele time antigo -, quantas coisas foram corrigidas! Mas eu acho que temos
que trabalhar é exatamente neste campo: onde vamos somar para que a sociedade
possa ser uma sociedade melhor.
Não
precisamos ficar, na verdade, nesse campo que apenas nos diminui, que fez com
que algumas pessoas até tenham muito prestígio num determinado momento. Não é o
seu caso, de apenas ter esse prestígio, porque se começa a descobrir o que o
outro tem de falho, o que o outro tem de errado e, de alguma forma, se deseja
desmoronar e destruir a outra pessoa. Os ataques praticamente não foram ataques
voltados contra um Partido político, foram ataques voltados contra pessoas,
para destruir essas pessoas. Com toda a certeza, sei, acompanhei V. Exª muito
tempo aqui na Casa, que não é do seu feitio esse tipo de política. Trabalhei
muito tempo com V. Exª aqui, sei muito bem que V. Exª tem uma capacidade imensa
de fazer política para que todos possam aplaudir.
Esses
atos, tenho certeza, não encerram aqui, porque eles estão progredindo, eles vão
para a Assembléia, vão por aí afora, já estão em toda a sociedade, mas, daqui a
pouquinho, se começarmos a trocar acusações - veja que existem muitos, tanto de
um lado como do outro -, vamos ficar o dia inteiro um acusando o outro, e eu
acho que não é assim que vamos chegar a algum lugar, ou não é assim que vamos
honrar o nosso mandato. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. 1º
SECRETÁRIO (Nelcir Tessaro):
Apregôo memorando do Líder de Governo, Ver. Valter Nagelstein, comunicando que
estará em Brasília no dia 04 de março para participar, junto ao Ministério das
Cidades, da reunião relativa à apresentação de Projeto de Áreas de
Revitalização Econômica.
O Ver. Elias Vidal solicita
Licença para Tratamento de Saúde no período de 26 de fevereiro a 03 de março de
2009.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião
Melo): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, desejo voltar ao assunto que ora estava
sendo discutido nesta tribuna em relação ao que estamos ouvindo e vendo no
nosso Estado. E quero fazer uma reflexão que geralmente costumo fazer, sempre é
bom repetir, Ver. Pedro Ruas: Partido é parte e orientação ideológica também.
Há um filósofo chamado Weber, que concebe o seguinte: ele olha e diz que nós
não vamos interagir, diz que as coisas acontecem por acaso. Mas esta não é uma
Casa em que as coisas simplesmente acontecem, nem aqui, nem lá fora, portanto
defendemos aquilo que acreditamos. Aqui, nós temos os negativistas - segundo a
sociologia ou a ciência política -, que não aceitam a sociedade como ela é,
como ela concebe, e nós nos concebemos como socialistas. E há os positivistas,
aqueles que andam em círculo, círculo, círculo e ficam sempre no mesmo lugar.
Na verdade estão onde as coisas, às vezes, estão.
Com isso, quero dizer
que acredito que devemos respeitar aqueles que não aceitam as coisas como
estão. E, se existe um lugar onde podemos exercer esse espaço, é aqui também,
senão como estaríamos em movimento? O movimento é que transforma, e, quando é
organizado, é positivo, por quê? Porque, senão, é convulsão. E nós estamos
fazendo uma revolução talvez cultural, nós não estamos no momento de usar
armas, mas esta Casa também é uma arma para falarmos naquilo que acreditamos.
Eu não posso vir aqui ser professora, por exemplo, do Ver. Luiz Braz, que tem
todo o meu respeito; do Ver. Ruas, do qual divergirmos em algumas coisas, mas,
na grande maioria, convergimos, e cito o Oliboni também, ou seja quem for; não
posso ser professora e dizer aquilo que eu posso. Porque, se eu sou responsável, e a Constituição me garante
dizer o que eu penso... Eu não vou fazer uma política se não estiver embasada,
se não estiver cerceada por aquilo que acredito e que vou provar.
Eu
não acredito, sinceramente... E não é pessoal, por favor, não é contra ninguém,
eu falei sempre isto. Por exemplo, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso
tem toda uma relação internacional com as forças de destruição da humanidade, e
a Governadora Yeda é seguidora desse mesmo projeto, e agora vêm aqui dizer
diferente. Agora me acusam de eu estar acusando a Governadora Yeda; ela, a Yeda
mulher. E até porque eu não sou uma feminista, eu defendo os direitos. Agora,
quando tu concebes uma sociedade que é destruidora, que tem uma orientação...
Eu não posso dizer que o Coronel Mendes tinha uma orientação de ser uma pessoa
grosseira, como era, por orientação dele, ela o escolheu! Ou como nós vimos lá
no sambódromo, quando houve um atrito natural, que poderia ter sido resolvido
de uma forma, mas o Batalhão de Choque simplesmente foi orientado a vir de uma
forma violenta. Então, não é uma orientação daquele ser humano apenas, é uma
orientação política: qualquer movimento social tem que estar dentro de um
cabresto, qualquer movimento tem que ser dessa forma! É assim, é o jeito!
Então,
quem não concorda, quem se organiza e se orienta de outra forma vai, sim, ter o
direito, desde já e sempre, de querer colaborar com a sociedade e poder - por
que não? -, depois, estar lá. Nós podemos chegar aqui e defender o nosso
propósito, mas não vir acusar um colega; eu não gostaria que fosse assim, que
fizessem isso comigo, de dizer que seria uma violência contra aquela pessoa.
E,
para terminar, eu queria dizer o seguinte: falando sobre violência, agora a
CNBB traz o tema da violência, quero parabenizá-los, mas também acho que a
Igreja tem que continuar a fazer uma profunda reflexão, Ver. João Antonio Dib.
O Papa é contra o uso de preservativo, ele é contra várias coisas e orienta
milhões de jovens. Para mim, que sou cristã, católica, que fui batizada, também
isso é uma violência. Então, quando vamos falar sobre violência, temos de
colocar isso também junto. Eu espero que a Igreja, nesse momento, faça uma
profunda reflexão sobre a questão do corpo da mulher, que tem a sua
prerrogativa, que tem o direito de escolha de conceber ou não; são vários
temas. Não vou estar enfrentando esse tema todo o tempo aqui nesta Casa, mas no
tempo em que estiver aqui gostaria de enfrentar com a maior tranquilidade.
Meu
Presidente, com a sua tolerância: provavelmente não estarei aqui no dia 08,
quero dedicar esse dia, que é de luta e luto de todas as mulheres, às nossas
grandes mulheres árabe-palestinas e às mulheres do mundo inteiro, que sofrem a
violência doméstica; aos nossos meninos e meninas. Para todo o mundo é passada
a morte dos filhos dessas mulheres como um videogame,
mas sabemos que tanto os filhos americanos, embora tenham o poder da arma e da
ação política... Quero dizer a elas que fiquem firmes em suas convicções; eu
estou aqui junto a elas. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Valter Nagelstein.
O
SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste pela TVCâmara e Rádio Câmara, todos que nos assistem, na semana passada
recebemos o levantamento de problemas a serem resolvidos pelo Governo do Estado
e pela Prefeitura de Porto Alegre a respeito da Av. Baltazar de Oliveira
Garcia. Na sexta-feira saiu na mídia de Porto Alegre uma reportagem, em que o
Diretor-Presidente da Metroplan, Sr. Nelson Lídio Nunes, garantia a conclusão
das obras do corredor da Av. Baltazar de Oliveira Garcia em vinte dias. Poderá
resolver essa questão, mas nós precisamos saber das outras, para levar ao
conhecimento daquela população, que há muito tempo vem sofrendo com as obras da
Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Muita gente perdeu o seu ganha-pão, perdeu o
seu trabalho pelas obras, que tanto demoraram. E agora, em vinte dias, nós
vamos ter a solução em relação aos corredores.
Eu
gostaria que alguém nos dissesse quanto tempo levarão para resolver as questões
das calçadas, dos passeios, dos recuos. Quando é que aqueles pequenos
empresários, que sustentam praticamente aquela região, com emprego... As
pessoas têm o direito e a dignidade de ter seu sustento. Nós temos aqui,
conforme estas fotos, que todos podem ver (Mostra fotos.), os recuos, os
passeios, as calçadas com menos de um metro! Em uma avenida como a Av. Baltazar
de Oliveira Garcia, isso é expor as pessoas, os idosos, as crianças, enfim,
todos. Eu gostaria de ter o retorno de quem, por direito, tem que nos dar o
retorno: quanto tempo vamos prosseguir sem poder andar pelas calçadas da Av.
Baltazar de Oliveira Garcia? E temos aqui - eu gostaria de mostrar - a questão
do riacho que sai do Passo das Pedras, no Jardim Ingá: está livre, não tem nada
que proteja uma criança, não protege ninguém. As pessoas que caminham por ali
podem cair dentro daquele valão e morrer, podemos perder vidas.
Então,
gostaria que - da mesma forma que o Diretor da Metroplan colocou na mídia - nos
digam quando é que vamos ter a Av. Baltazar de Oliveira Garcia entregue
realmente à população, para que possamos dar uma satisfação à comunidade.
Quando isso vai acontecer? Diz aqui na reportagem que o trabalho deve ser
concluído em vinte dias, mas que o tráfego na faixa exclusiva para o transporte
coletivo será liberado somente no final de março. Bom, é o que estamos vendo há
muito tempo: entra ano, sai ano, entra mês, sai mês, e a Av. Baltazar de
Oliveira Garcia não é concluída. A Av. Baltazar de Oliveira Garcia precisa
voltar a produzir trabalho, renda; é preciso trabalhar essas questões. Eu
gostaria que quem pudesse nos dar essas respostas sobre a Av. Baltazar de
Oliveira Garcia nos dê. Mais uma vez, deixo frisado, porque vou voltar ao tema:
quando é que vamos ter a Av. Baltazar entregue à população e recuperar os
empregos ali perdidos durante todo o tempo de obra daquela avenida? Que essa
obra sirva, porque ela é uma obra muito bem-vinda para comunidade, faz uma
ligação muito importante com o Município de Alvorada, muito importante mesmo,
porque tudo escoa por ali, mas ela precisa estar em condições de fazer com que
retorne para ali o trabalho.
Outra
coisa: as ruas em torno da Av. Baltazar de Oliveira Garcia se transformaram em
um legítimo caos, com muitos buracos, porque foram usadas, durante a obra, além
da conta, além da capacidade e precisam ser consertadas. É preciso consertar a
Av. Adelino Ferreira Jardim, porque buracos foram abertos lá. Na Av. Juscelino
Kubitschek é necessário colocar uma camada de asfalto, porque as pessoas,
durante a obra da Av. Baltazar, aprenderam um desvio que tem ali; quem vai via
Av. Protásio Alves, Av. Manoel Elias, pega a Av. Juscelino Kubitschek, a Av.
Adelino Ferreira Jardim, Estrada Antônio Severino, Av. Baltazar de Oliveira
Garcia e Alvorada. Espero que, em breve, tenhamos essa reparação. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Ver. Paulinho.
O
Ver. Waldir Canal está com a palavra em Comunicações.
O
SR. WALDIR CANAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu venho a esta
tribuna falar a respeito de um e-mail que recebi de uma senhora
reclamando de um shopping center da Cidade, e este é um problema que
vários shoppings centers têm apresentado, bem como hipermercados,
rodoviárias, enfim: onde há uma certa aglomeração, a questão da utilização de
bicicletas tem sido prejudicada. Nós precisamos e estamos buscando alternativas
para o transporte público em Porto Alegre. Quando se fala daquela via especial
para ciclista - como há em algumas cidades, em grandes cidades -, não podemos
esquecer que, quando a pessoa usa bicicleta para ir ao trabalho, para lazer,
para ir ao médico, para o dia-a-dia, ela tem que ter à sua disposição um lugar
para guardar a bicicleta. Infelizmente, na reclamação, essa moradora de Porto
Alegre diz que foi impedida de entrar com a sua bicicleta num determinado shopping
da Cidade, impedida de guardar ali, disse que só havia três vagas, sendo essas
vagas ocupadas por funcionários do próprio shopping.
Ora,
isso é um desrespeito, isso é um desserviço e vai contra a política de
alternativas de transporte do Município. Eu respondi o e-mail dessa
moradora, dizendo que protocolei nesta Casa um Projeto nesse sentido. Existem
algumas legislações no Município que tratam dessa disposição,
obrigando os hipermercados, os shoppings a terem um lugar destinado para
o uso da bicicleta. O Projeto de Lei que apresentei nesta Casa - Processo nº
00675/2009 - pretende solucionar os problemas que os ciclistas enfrentam ao
tentar estacionar as bicicletas nos shoppings e também contribuirá para
amenizar o problema do trânsito em Porto Alegre. É lógico que é um Projeto de
Lei, conforme respondi no e-mail a essa moradora, que precisa do apoio
da Administração, do Prefeito Fogaça, da SMOV, da EPTC e da fiscalização nas
obras novas e nas que já existem no Município. Esse é um detalhe que tem que
ser analisado; quando se liberar uma obra ou quando se revisar uma obra, o
Poder Público tem que privilegiar, tem que atentar para esse problema.
Hoje o uso da bicicleta é uma realidade, o uso da
bicicleta para o trabalho, para tudo é uma realidade, tem que haver lugar para
guardar a bicicleta. Para quem vai tomar um ônibus para ir à Região
Metropolitana, tem que haver um bicicletário público, guardado, vigiado pela
Prefeitura, pelo Poder Público. Então, eu chamo a atenção para o problema que
essa moradora de Porto Alegre nos trouxe através do e-mail. Queremos a
contribuição dos Vereadores para iniciar aqui uma jornada. Sei que há vários
Vereadores aqui que lutam também no sentido de buscar o fortalecimento, a
melhoria dessa condição de transporte público. Fica aqui essa prestação de
contas, essa prestação de serviços, e eu gostaria que todos ficassem sabendo
dessa preocupação e se engajassem nessa luta. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço ao
Ver. Waldir Canal.
Lembro
aos Srs. Líderes, Vice-Líderes ou representantes das Bancadas que, nesta
segunda-feira, haverá Reunião de Mesa às 9h e Reunião de Mesa e Lideranças às
11h. Estou apenas ratificando os compromissos
que V. Exas já conheciam.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0042/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Padre Ladislau Molnar.
PROC.
Nº 0739/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/09, que altera a
redação do art. 1º da Lei nº 8.009, de 08 de julho de l997, que declara de
utilidade pública a Associazione Culturale Italiana del Rio Grande do Sul –
ACIRS.
PROC.
Nº 0740/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 006/09, que declara de
utilidade pública a Entidade Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas
galerias e pela TVCâmara, eu quero saudar a todos.
Meu
caro Ver. João Antonio Dib, tenho certeza de que V. Exª também vai tocar no
assunto que vou falar neste momento e que está em 1ª Sessão de Pauta. O assunto
é a alteração do art. 1º da Lei nº 8.009, de 08 de julho de 1997 (Lê.): “Art.
1º - Declaro de utilidade pública, nos termos da Lei nº 2.926, de 12 de julho
de 1966, a Associação Beneficente e de Assistência Educacional do Rio Grande do
Sul - ACIRS.” Eu estava vendo que, pelo espelho, em 1ª Sessão de Pauta, Srs.
Vereadores, ele foi assinado pelo nosso querido Presidente, na época Prefeito
em exercício, Ver. Sebastião Melo.
Não
é por que eu sou imigrante italiano, mas hoje os imigrantes ocupam diversos
segmentos. Em torno de 65% da economia no nosso Rio Grande, da indústria e do
comércio, passa pelas mãos dos imigrantes. Eu faço questão de falar, em 1ª
Sessão de Pauta, meus caros Vereadores, sobre o que representam os imigrantes
hoje no nosso Rio Grande, não só no nosso Rio Grande, também em outros Estados.
Eu
sou oriundo do Interior, fui criado no Interior mesmo, na mata, sei da preocupação
que tinha a minha avó, também o meu falecido pai e a minha falecida mãe com a
preservação do nosso meio ambiente. Naquela época, existia muita mata, mas, assim
mesmo, os imigrantes se preocupavam muito com a preservação da natureza,
principalmente dos morros e das encostas dos rios. Com todo o respeito a todas
as etnias que temos em nosso País, os imigrantes têm uma preocupação muito
forte nessa área.
Naquela região, meus caros Vereadores, meu caro
Ver. João Antonio Dib, existia o rio Guabiroba, que passava dentro da
propriedade do meu falecido pai, do pai do Aldo, provedor da Festa dos
Navegantes, e assim seguia até se encontrar com o rio das Antas. Todas aquelas
famílias preservavam os morros e principalmente as margens dos rios, e, naquela
época, existia muita mata. Pasmem, senhores: hoje o rio Guabiroba não existe
mais! Aquelas vertentes, aquelas águas cristalinas desapareceram. Por que
desapareceram? Porque as árvores centenárias daquela mata, que é a proteção do
rio, foram cortadas. Eu respeito todas as etnias, não quero criticar nenhuma
das etnias. Agora, infelizmente, a maioria daquelas famílias imigrantes vendeu
sua propriedade a outras etnias, que não tinham essa cultura dos imigrantes
italianos. A prova está aí. O rio Guabiroba não existe mais! A riqueza que
tínhamos lá - aquela água cristalina, aquela vertente, aquela mata, aquelas
árvores centenárias - não existe mais, e o rio também desapareceu.
Esta é uma correção de redação, que foi assinada
pelo Prefeito Ver. Sebastião Melo, preocupando-se assim, também, com a área da
Educação. É um reconhecimento por um trabalho, por uma cultura. O que aconteceu
em Santa Catarina e em Pelotas foi pela falta de cultura, por falta de conhecimento para
preservar o nosso meio ambiente, as margens dos rios e os morros. E a gente vê
essas tragédias acontecendo. Portanto, parabéns, meu caro Presidente, Ver.
Sebastião Melo, que, na condição de Prefeito em exercício, assinou o Projeto.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registramos
a presença do Sr. Luiz Dexheimer. Seja bem-vindo a esta Casa.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e
senhores, eu quero comentar o Projeto do Executivo que está em Pauta,
declarando de utilidade pública a entidade Câmara de Comércio e Indústria
Brasil-Alemanha. Venho fazer referência aqui a esse gesto do Município de Porto
Alegre e, ao mesmo tempo, trazer o testemunho do trabalho que a Câmara
Brasil-Alemanha realizou em conjunto com esta Casa nos dois últimos anos,
quando organizamos e coordenamos o Comitê Pró-CeBIT América Latina, Brasil e
Porto Alegre.
A
CeBIT é a maior feira do mundo da tecnologia de informação e comunicação e
acontece anualmente na cidade de Hannover, na Alemanha. No próximo dia 04,
estará iniciando mais uma edição do evento. E aí, Sr. Presidente, como Porto
Alegre conquistou a sede latino-americana da maior feira mundial da tecnologia
de informação e comunicação, prevista para o primeiro semestre de 2010, após o
a realização da CeBIT e o retorno da representação brasileira de Hannover, o
Comitê Organizador estará promovendo nesta Casa, sob a sua presidência, o
lançamento político dessa que é uma conquista brasileira, do Rio Grande do Sul
e de Porto Alegre. Eu tive o prazer, juntamente com o então Ver. Newton Braga
Rosa, nosso Suplente hoje, de coordenar esse Comitê e fazer essa conquista,
e a Câmara Brasil-Alemanha esteve sempre presente, inclusive quando nos sediou
em sua estrutura em Frankfurt para fazer toda a discussão e abrindo as portas
das relações da Alemanha para que Porto Alegre se credenciasse ainda no ano de
2007, quando levamos essa demanda, essa busca da cidade de Porto Alegre.
Portanto a Câmara Brasil-Alemanha tem um papel fundamental neste momento e
contribuiu, em muito, com a conquista desse grande evento mundial que se
realizará em Porto Alegre, a Feira Mundial da Tecnologia da Informação e
Comunicação, uma sucursal da CeBIT de Hannover, no primeiro semestre de 2010.
Teremos um ano e alguns meses ainda para trabalharmos nessa organização. Quero
ressaltar aqui esse trabalho e sua importância.
Ao mesmo tempo, Ver. João Antonio Dib, que é
Presidente da Comissão Especial do Plano Diretor, quando falo aqui de novas
tecnologias ou de desenvolvimento econômico, não posso deixar de falar que hoje
Porto Alegre carece, na proposta do Plano Diretor que veio do Executivo, da
definição de uma estratégia de desenvolvimento econômico e de como poderemos
preparar o território de Porto Alegre para receber, por exemplo, a tecnologia
da informação e da comunicação, que é o grande setor de desenvolvimento mundial
hoje. E ali na Lomba do Pinheiro, onde está se instalando o Ceitec, que é o
maior projeto de desenvolvimento tecnológico da América Latina, projeto
desenvolvido e financiado pelo Governo Federal, está sendo construído o
primeiro chip brasileiro, o primeiro chip da América Latina,
projeto com uma visão que se iniciou ainda quando a então Secretária Dilma era
do Governo do Estado e que se levou para o Governo Federal com uma parceria do
Governo do Estado e do Município, mais todo um investimento do Governo Federal.
Portanto precisamos preparar o território de Porto Alegre para que ele possa receber
essa demanda mundial para a instalação de pequenas e médias indústrias da
tecnologia da informação e comunicação.
Um dado que a Câmara Brasil-Alemanha nos apresentou
em Frankfurt foi que 78% das empresas de tecnologia da informação da Alemanha
têm menos de vinte componentes que trabalham numa lógica auto-suficiente. Essa
é a linha que temos que investir e apostar em Porto Alegre, investindo na
pequena e na média empresa, e a Câmara Brasil-Alemanha tem sido nossa parceira
na conquista da maior Feira Mundial da Tecnologia da Informação e Comunicação,
que acontecerá no primeiro semestre de 2010 aqui em Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
público que nos assiste pela TV Câmara e nas galerias, nós queremos prestar o
nosso apoio partidário e político à Moção apresentada pela Verª Juliana Brizola
em solidariedade ao CPERS-Sindicato; primeiro, pela importância do Sindicato
representativo das professoras e dos professores do Estado do Rio Grande do
Sul, que garantem às crianças, aos adolescentes acesso ao conhecimento, aos
primeiros caminhos do saber. Mesmo diante de tantos ataques, mesmo diante do
arrocho salarial, os nossos professores e professoras gaúchas são guerreiros
valorosos. E o CPERS, como entidade representativa, sempre defendeu os
interesses da categoria e, sobretudo, atuou na defesa de uma educação de
qualidade, na defesa de uma educação voltada aos interesses da população do Rio
Grande do Sul, na defesa da educação como um direito, não como uma gasto
social, como lamentavelmente temos visto e que está sendo implementado no
Estado do Rio Grande do Sul.
A Moção da Vereadora tem o mérito de combater a
idéia de educação de resultados, pois querem comparar uma escola com uma
empresa ou uma indústria, que tem que ter uma gerência; querem que o salário do
professor seja garantido pela produtividade, como se a educação, como se o
conhecimento pudessem ser mensurados como produtividade ou apenas avaliado em
nível nacional, desconsiderando as diferenças regionais. Em segundo lugar, essa
mesma medida de educação de resultados é uma forma, com um nome bonito, de
tentar reduzir e arrochar ainda mais os salários das professoras do Estado.
Pasmem, uma professora com 20 horas tem um salário-base de 250 reais! Assim
sobrevivem as professoras do Estado do Rio Grande do Sul!
Então, a Moção da Vereadora é muito importante, tem
o nosso apoio. E quero dizer que, na segunda-feira que vem, começam, de novo,
as aulas do Estado. E na segunda-feira, dia 02 de março, voltam às aulas, e
quantos professores faltam na rede pública? Dois mil e trezentos professores
faltam na rede pública estadual! Aqueles alunos que vão segunda-feira à sala de
aula para ter aula de Química certamente não vão ter professor! Dois mil e
trezentos professores, colegas Vereadores!
E aí eu acho que esse debate é importante, sobre o
Governo do Estado, sobre os rumos da Educação. Por isso quero parabenizar a
iniciativa da Moção da Verª Juliana Brizola. Gostaria de dizer que, se há
alguma tentativa de destruição no nosso Estado, essa tentativa é da Governadora
do Estado: destruição do patrimônio público, destruição dos salários dos
funcionários públicos, destruição da possibilidade da organização social e dos
movimentos sociais e destruição dos cofres públicos. Porque todos nós sabemos
que a Operação do Detran e a sua consequência, com 44 milhões de reais, ainda
não foram explicados. Agora, nós, do PSOL, apresentamos a nossa convicção sobre
a verdadeira quadrilha que está instalada no Governo do nosso Estado.
Então, fico preocupada quando usamos mal a palavra
destruição. Eu acho que, na verdade, estamos vendo um desrespeito com a
população gaúcha, com todos aqueles e aquelas que pagam impostos, sobretudo
pagam impostos sobre aquilo que consomem, pagam todas as suas contas, como a
maioria dos trabalhadores, e ainda vêem, por parte daqueles que recebem os
impostos - ou seja, os governantes, o Poder Público e, no caso, o Governo Yeda
-, o desvio, o arrocho, o ataque, a desmoralização, a volta às aulas na
segunda-feira, dia 02 de março, comprometida pela falta de professores, pelo
desrespeito, pelo descaso com que vem sendo tratada a Educação pelo Governo do
Estado, assim como o fechamento das escolas itinerantes do MST. Isso, na minha
opinião, Ver. Luiz Braz, é destruição.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a
Pauta de hoje é muito singela, Sr. Presidente, e eu não tenho o direito de
desconhecer que tenho que me restringir a ela, ainda que fosse tentado a dela
me afastar. Mas efetivamente o que nós temos hoje na discussão preliminar, em
1ª Sessão, são três Projetos. Um deles é de autoria do Ver. João Carlos Nedel, a quem eu quero homenagear, porque,
naturalmente, concede Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Padre
Ladislau Molnar. É absolutamente consequente o Ver. Nedel, a Casa o conhece,
ele é um cruzadeiro da Igreja Católica nesta Casa, defensor das suas teses e
das suas posições. Evidentemente, o Ver. Nedel deve ter escolhido muito bem o
nome desse Padre - eu não o conheço, pelo menos não vinculo o seu nome -, mas
uma proposta do Ver. Nedel nesse sentido deve ter obedecido a critérios seletivos
bastante rigorosos.
Por outro lado, nós temos aqui dois Projetos do
Executivo. Um deles altera a redação do art. 1º da Lei nº 8.009, de 08 de julho
de 1997, que declara de utilidade pública a Associazione Culturale Italiana del
Rio Grande do Sul - ACIRS. O outro declara de utilidade pública a Entidade
Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. Ora, Sr. Presidente, nós não
temos dúvida nenhuma de que essas duas entidades, Ver. João Antonio Dib, com
toda a certeza... A italiana já mereceu a declaração de utilidade pública, está
recebendo um ajustamento agora; e a alemã irá receber com certeza, já que,
proposta pelo Executivo, ela haverá de estar com aqueles requisitos legais totalmente
preenchidos, de tal sorte que a esta Câmara caberá quase que um papel
homologatório. Haverá um exame pela Comissão de Constituição e Justiça para
verificar a sua legalidade; inexistindo óbice, a matéria vai continuar a sua
tramitação e, com certeza, voltará a este Plenário com Pareceres das Comissões,
se for o caso; se não merecer Parecer favorável de todas elas, o que se me
parece, com as alterações regimentais que ocorreram, redundariam na sua
aprovação sem necessidade, Ver. Brasinha, de audiência neste Plenário.
Eu
vejo que às vezes as pessoas, nos seus aspectos físicos, extrapolam
determinadas realidades. É lógico que não estou me referindo ao Ver. Brasinha,
que caminha hoje meio trôpego, muito provavelmente contaminado por aquela
loucura que ocorreu ontem no Estádio Olímpico, mas eu digo pelo que aparentam
esses Projetos de Lei, porque, na aparência, fica parecendo que a Casa está
cuidando de coisas não tão importantes. E não o são. Essas entidades formam a
estruturação organizada da sociedade porto-alegrense, que, através das suas
etnias, através das suas entidades de representação, de reivindicação, formam
esse tecido que se constitui na sociedade porto-alegrense organizada, a qual
esta Casa tem o dever de respeitar, de ouvir e de propiciar as condições para
que ela participe do cotidiano de nossa Cidade através daquele instrumento
adequado para que isso ocorra, e essa instrumentalização surge na figura da
Câmara Municipal, em que repercutem essas situações. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Ver. Pujol.
O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
particularmente, o Ver. Luiz Braz; também o conjunto dos colegas Vereadores,
faço referência respeitosa, porque o Ver. Luiz Braz usou esta tribuna e falou
em meu nome.
Nós
temos, nos últimos dias, acompanhado fatos graves denunciados pelo nosso
Partido - meu e da Verª Fernanda Melchionna -, o PSOL. E quero dizer a V. Exas,
Vereadores, meus colegas, Pares desta Casa, de quem sinto muito orgulho, e
muito orgulho também em ter voltado a este convívio, que nós tivemos um longo
trabalho para chegar ao momento a que chegamos. Na verdade, ao todo - se
considerarmos o episódio do impeachment e a sua fundamentação, o
episódio da denúncia no Ministério Público e no Tribunal de Contas e a sua
fundamentação e essa denúncia de agora, que engloba uma série de itens - nós
temos um ano e dez meses de trabalho, nós temos praticamente vinte e dois meses
de trabalho.
E
quero dizer mais: ao final de dezembro do ano passado, o Sr. Lair Ferst
negociou, dentro da lei - a lei permite isto -, com os Procuradores da
República o que se chama de delação premiada. Ele tinha uma pretensão “x”, que
não importa mencionar agora, de redução de pena e retirada de pessoas da
condição de réus, ligadas a ele, e tinha um material importante a ser
apresentado. Os Procuradores da República fizeram a negociação, houve a redução
da pena, houve a exclusão das pessoas que interessavam ao Sr. Lair, e, nessas
circunstâncias, surgiu uma pessoa que não era nem réu nem testemunha, chamada
Marcelo Cavalcante. Esse cidadão aparecia naquele material que Lair Ferst
entregava ao Ministério Público Federal - ele não era réu nem testemunha. Mas,
se ele fosse testemunha, se transformaria em réu, por participar das reuniões
cujas provas estão sendo apresentadas.
Por
isso, Vereadores e Vereadoras, também em relação a Marcelo Cavalcante foi
proposta a delação premiada. O depoimento de Marcelo Cavalcante estava marcado
para o final de janeiro, foi adiado; para o início de fevereiro, foi adiado;
para 27 de fevereiro, foi adiado; em 05 de março seria o depoimento. O material
que apresentamos na coletiva, Presidente Sebastião Melo, era o material que apresentaríamos
depois do depoimento de Marcelo Cavalcante, depois do dia 05 de março.
Antecipamos face à tragédia. Eu estava em uma reunião da CEDECONDH, presidida
pela Verª Juliana Brizola, quando recebi um telefonema de Maceió dizendo que
havia falecido tragicamente o Sr. Marcelo Cavalcante. A Direção Nacional e a
Direção Estadual do PSOL decidiram assim: “Nós temos muito material que
interessa à sociedade, não temos o direito de guardá-los”. Chamamos a coletiva
na nossa sede, sob nossa responsabilidade. Há várias pessoas que são
mencionadas na coletiva; das 28 provas, que foram a contrapartida de Lair Ferst
pela delação premiada, nós elencamos e apresentamos nove. Descrevemos cada uma
das provas e dissemos onde estavam, com o Ministério Público Federal encaminhando
para a Juíza Simone Barbisan Fortes, em Santa Maria. Não é uma denúncia sem
provas; as provas estão lá. Nós nunca tivemos contato com nenhum Procurador,
nem com a Juíza, e as provas estão lá.
Este
é um momento difícil para a sociedade gaúcha, nós sabemos disso, mas sabemos da
nossa responsabilidade e sabemos que não poderíamos ter, particularmente em
função da morte daquela pessoa, que seria testemunha também com delação
premiada, o direito de silenciar. Sabíamos disso, seja qual for a causa da morte,
não é um tema que conheçamos.
Encerro,
Sr. Presidente, dizendo que as pessoas mencionadas ali, Ver. Luiz Braz,
Vereadores e Vereadoras, têm o direito constitucional de interpelar e processar
os dirigentes do PSOL, entre os quais me incluo, e pedir na Justiça o que
entendem como seu direito, em qualquer nível de reparação. Nós vivemos num
Estado Democrático de Direito, eles têm esse direito, e nós estamos preparados
para isso. Agradeço a atenção e peço perdão pela transgressão do tempo normal,
Sr. Presidente. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Vossa
Excelência, por exemplo, vem hoje à tribuna cobrar: “Quando, afinal, vão acabar
as obras lá da Av. Baltazar de Oliveira Garcia há mais de dez anos anunciada?”
Um estardalhaço! Não era pelo Governo Federal, era pelo Governo do Estado - é
bom que não esqueçam. Porque a primeira manifestação ocorreu, inclusive, num
Governo que eu apoiava, o Governo Antônio Britto. E depois sucedeu em outros
Governos. Eu vejo, meu caro Tessaro, com grande preocupação, essa continuada
prática de divulgação antecipada de projetos e obras, com antecipação de data
de término, obras que acabam não acontecendo. Quem subiu, agora nos feriados,
em direção a Torres, por exemplo, pôde ver uma obra que não está concluída, nem
pela metade; há mais de cinco anos se anunciava como em fase de conclusão no
ano seguinte - e a BR-101 continua com todos os transtornos que nós conhecemos.
São inúmeros os exemplos nesse sentido.
Agora,
por exemplo, anuncia-se uma obra, dando a idéia de que no ano que vem estaremos
indo em 55 minutos até Novo Hamburgo. Deus queira que essa obra se realize nos
próximos quatro anos, Ver. Dib - Deus queira! -, porque normalmente as coisas
são complicadas. E, com os fatos que nós vemos relatados pela imprensa nos
últimos dias, as coisas se agravam muito mais: o PAC - Programa de Aceleração
do Crescimento - está decrescendo. Está decrescendo e muito; mais da metade das
obras no Rio Grande do Sul, Verª Fernanda, não saiu do papel - não saiu do
papel! -, e há três anos essas obras foram espalhafatosamente anunciadas. E o
nosso povo, que é crédulo, vê esse anúncio da construção do paraíso logo ali
adiante, depois volta para o seu inferno zodiacal, com estradas malconstruídas,
malconservadas, com obras inacabadas, enfim, com tudo isso que nos desagrada e
nos desencanta.
Por
isso, Sr. Presidente, eu acho que nós temos que iniciar uma cruzada, uma
cruzada contra o exagero do proselitismo. Ninguém aqui quer inibir os Governos
de divulgarem o que fazem. Devem fazê-lo, devem prestar contas para a opinião
pública; agora, não podem simulá-lo com falsas promessas, Ver. Pancinha, que
acabam não se realizando. Vossa Excelência está saindo do Executivo, sabe
quanto é difícil se prever o exato momento da conclusão de uma obra. O Conduto
Álvaro Chaves é um belo exemplo disso, hoje perfeitamente concluído e
produzindo seus efeitos. Então, dessa cruzada eu estou disposto a participar,
para que se pare de embair a opinião pública com falsas promessas, com mundos
cor-de-rosa quando a nossa realidade é dura e penosa. É isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, hoje venho a esta tribuna lamentar
um fato que ocorreu neste carnaval, como também já ocorreu no carnaval de 2005.
Infelizmente, como acontece quando temos festividades, nos dois ou três dias em
que se prolongam as festas, acontecem, em Porto Alegre, as ocupações ou
invasões de áreas que temos livres em Porto Alegre - e aconteceram nas
habitações que estavam aguardando o assentamento das famílias do Programa
Socioambiental. Na sexta-feira à noite, cerca de noventa famílias tomaram as
casas que estavam prontas na Estrada Cristiano Kraemer, onde estão construídas
duzentas unidades habitacionais. Cento e dez já haviam sido utilizadas, e, das
noventa que estavam vazias, 57 famílias tomaram conta naquela noite, e as
demais, no sábado e domingo. Medidas judiciais foram tomadas pela Prefeitura,
mas restaram infrutíferas, pois a comunidade lá resistiu.
Eu
não condeno as pessoas que não têm habitação, mas elas devem preservar o
direito daquelas a quem estavam destinadas as residências. Também, Ver. Pancinha,
quero aqui lamentar o tempo que ficaram fechadas aquelas casas. Sabemos que, em
Porto Alegre ou em qualquer lugar, não se pode deixar casas fechadas por longo
tempo sem que a elas sejam destinadas às famílias. Por isso sou contra a tal
burocracia que impede com que haja celeridade nas coisas, tanto em Porto
Alegre, como no Estado ou no Brasil. Se as casas ficaram prontas lá no mês de
novembro, não poderíamos ter esperado noventa dias para destiná-las às
famílias.
Não
poderíamos deixar com que houvesse essa ocupação, porque agora existem dois
problemas para a Cidade, e sempre, nessas horas, o DEMHAB tem que resolver
esses problemas. O DEMHAB é quem dá a casa, mas, nessas horas, o DEMHAB é que
tem que retirar as famílias invasoras dessas casas - retirar a propriedade,
simbolicamente. E essas famílias, por consequência, terão que ir para algum
lugar. Com toda a certeza, como acontece em todas as ocupações, as famílias que
ocupam o lugar... O Ver. Beto Moesch conhece, em 2005 aconteceu no
Porto Seco, uma ocupação em noite de carnaval, e, agora, quatro anos depois,
essas famílias vão poder ser reassentadas. Mas tivemos que fazer um loteamento
de urgência para tirarmos aquelas famílias que estavam em local impróprio. É o
que vai acontecer na Estrada Cristiano Kraemer; o Município vai ter que gastar
com essas famílias, vai ter que buscar uma solução, colocar em abrigos, porque,
com toda a certeza, no momento em que saem para uma ocupação, elas já dizem que
não têm endereço, que não têm residência, ou que não estavam numa habitação
digna, e não retornam mais para aquele local. Então, ficam dois problemas: o
problema de quem tem a propriedade garantida, que ficou aguardando para ocupar
a casa, e o problema de quem vai sair de lá, porque o Município vai ter que dar
uma outra solução. O problema habitacional é grave. Volto a dizer nesta tribuna
que temos que começar, Ver. Todeschini, a fugir um pouco da burocracia, fazer
com que o Ministério das Cidades e a Caixa liberem, com mais agilidade, os
recursos para habitação em Porto Alegre.
Venho denunciar, aqui nesta tribuna, que não foi
assinado o contrato para as 1.400 famílias da Vila Nazaré que terão de ser
transferidas. Essa verba é do PAC; foram destinados cinquenta milhões de reais
pelo PAC no final do ano de 2007. Nós estamos em 2009, e o contrato não foi
firmado. Se não firmar o contrato até junho deste ano, não existe projeto de
execução até o final de 2010, por consequência não teremos a ampliação do
Aeroporto Salgado Filho, porque ele não pode operar se as famílias da Vila
Nazaré não saírem daquele local, se não forem reassentadas.
E nós temos um grande problema: com o valor
liberado pelo Ministério das Cidades não há condições de pagar o orçamento de
uma casa, não há sustentação para uma casa digna, a casa que aquelas famílias
estão pedindo, de 42 metros; o orçamento apresentado e defendido pelo
Ministério das Cidades é para habitações de 32 metros, e sabemos que dentro de
32 metros não se colocam quatro membros de uma mesma família. E o Ver. Dib sabe
que em dois dormitórios, em 32 metros, não se coloca uma cama em cada quarto de
casal.
Então, quero alertar, novamente, para que possamos
ficar vigilantes a essas ocupações e vigilantes em relação à burocracia, que as
verbas destinadas pelo Ministério das Cidades venham logo e que a Caixa
Econômica Federal as libere, com urgência, ao Município de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
o Ver. Pedro Ruas é um bom orador, mas hoje o Ver. Pedro Ruas não me convenceu.
As denúncias feitas pelo PSOL ferem a minha inteligência, agridem o Ministério
Público Federal, ofendem, colocam em dúvida a atuação do Ministério Público
Federal; na verdade, trazem nomes de pessoas que não têm necessidade de
aparecer agora, porque já apareceram quando houve a CPI do Detran. Não trazem
fatos novos com documentação. Não estou duvidando que existam, só que o Ver.
Pedro Ruas, que é um bom orador, disse - aí é que eu acho que ele fere a
inteligência e agride a Justiça e o Ministério Federal - que as provas foram
mandadas para a Juíza Barbisan, em Santa Maria, que está julgando o caso.
Então, não há por que denunciar; poderia fazer um discurso pedindo a aceleração
do processo, porque, neste País, os processos, geralmente, demoram muito mesmo,
principalmente quando se trata de políticos. Na realidade, tudo aquilo que eu li
no jornal eu já havia lido em algum lugar. Não aconteceu nenhum fato novo. O
Vereador e a Deputada disseram que assistiram aos videoteipes, aos vídeos, aos
DVDs, mas não têm cópias.
O
Vereador, que é um bom orador, disse que essas provas foram encaminhadas à
Juíza, em Santa Maria. Então, por que levantar esse problema, fazer mais
acusações, algumas justas, talvez, mas certamente outras injustas? Também
deveriam considerar que o caso da Governadora já foi analisado aqui - pode ser
diferente -, já foi absolvida de qualquer dúvida, mas, de novo, volta à tona o
que estaria lá no Ministério Público e na Justiça Federal. Se está lá, nós
podemos aguardar, com certeza, e acreditar na Justiça brasileira; não há por
que desacreditar ainda, pode ser que um dia aconteça isso. Então, não vejo
razões mesmo, realmente não me convenceu o Ver. Pedro Ruas, mas eu sou obrigado
a respeitar o que diz o Vereador, sem que acredite que seja a realidade. Agora,
tenho a convicção de que seria desnecessária essa atuação nesse momento.
Por
outro lado, o CPERS-Sindicato não sabe a força que o professor tem. A
Professora Mariza Abreu, Secretária da Educação, foi aluna de algum professor
que está vivo aí, de algum professor que fez a sua alfabetização; os netos, os
filhos da Governadora do Estado - claro, ela não estudou no Rio Grande do Sul,
quando criança estudou lá em São Paulo - estudaram aqui, há professores que
deram aulas para eles quando crianças; o ex-Secretário da Fazenda, Aod Cunha,
estudou aqui, eu o conheci desde criança, deve haver professores que lhe
ensinaram a ler e escrever. Esses professores, se apresentando na frente das
autoridades, fazem com que essas tremam.
O
CPERS, que diz que o professor é um educador, que o professor é a maior figura
da sociedade, e eu não tenho nenhuma dúvida disso, no caso age de forma
anti-social: não orienta e não educa. E, ao mesmo tempo que diz que vai tudo
mal, diz que o Orçamento equilibrado é uma mentira, e eu não sei se eles sabem
o que é um orçamento, o orçamento fixa despesa e orça receita, e ele está
equilibrado. Eu não vejo por que, se a Assembléia aprovou, o CPERS-Sindicato
agora colocar dúvidas. Tem que orientar! O professor orienta, por isso é a
figura mais importante da sociedade. Eu fui orientado quando criança, aprendi a
ler e escrever com a Professora Marieta Postali, nunca vou esquecer! Então, eu
tenho hoje meu dia de dúvidas do que está acontecendo e do que eu leio nos
nossos jornais. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente Sebastião Melo, caros colegas Vereadores e colegas Vereadoras, eu,
espelhado no Ver. Nedel, queria voltar ao tema da Campanha da Fraternidade de
2009. Nos objetivos específicos nós observamos (Lê.): “Denunciar a
predominância do modelo punitivo presente no sistema penal brasileiro,
expressão de mera vingança, a fim de incorporar ações educativas, penas
alternativas e fóruns de meditação de conflitos que visem à superação dos
problemas e à aplicação da justiça restaurativa.”
Militamos
há muitos anos dentro da questão criminal, tanto na formação jurídica que
tenho, quanto na formação médica, como legista, e observamos nas ruas, hoje em
dia, o aumento da criminalidade. Estudando o tema, chegamos à conclusão de que
realmente a criminalidade tem várias facetas, tem causas multifatoriais. Inicia
lá no tráfico de drogas, na questão da cocaína e do crack, hoje em dia
uma chaga na nossa sociedade, na nossa comunidade; passa pelo incremento da
economia, com os problemas sociais advindos disso; passa pelo controle do uso
do armamento, do uso da arma de fogo, que é responsável pela grande maioria dos
homicídios - isso nós observamos nas necropsias -; passa pela necessidade de
aumento do número de casas prisionais e, sem dúvida nenhuma, passa
necessariamente pela admissão da criminalidade, por uma política criminal
efetiva.
A
política criminal não é um problema, uma condição da pessoa, e sim do
comportamento das pessoas, e, nesse comportamento, a drogadição tem papel
fundamental. O comportamento violento causa desordens e prepara terreno para a
ascensão criminal. Esse, sem dúvida nenhuma, é um dos grandes alicerces do
aumento da criminalidade. A impunidade aos pequenos delitos se caracteriza como
aumento dessas causas de desordens.
O
Ver. Reginaldo Pujol propôs aqui uma grande cruzada, e nós começamos hoje
propondo uma grande cruzada também, para o resgate dos espaços públicos ao
conjunto da coletividade. Hoje em dia, na nossa Cidade, a gente observa os
espaços públicos completamente tomados por pessoas que se adonam desses
espaços. Então, temos que iniciar uma cruzada de retomada desses espaços
públicos. Quando a coletividade de alguns bairros, como, por exemplo, a Restinga
e a Glória, exigem que não mais exista o toque de recolher, não é a classe alta
ou os grandes aquinhoados que estão a exigir mais ação dos órgãos públicos; são
as comunidades menos aquinhoadas e as comunidades mais desprotegidas. Os que
advogam a restauração da ordem não estão propondo alguma forma de tirania das
maiorias, muito antes pelo contrário, eles estão propondo que realmente o
principal elemento iniciador do processo da criminalidade, que sem dúvida é o
comportamento humano, passe a ser mais observado e que adquira os moldes que
deve ter o comportamento humano.
Então,
a cruzada é de resgate dos espaços públicos ao conjunto da coletividade de
Porto Alegre, porque, realmente, nós observamos hoje que a comunidade
porto-alegrense não está podendo utilizar a grande maioria desses espaços
públicos. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Estamos
aqui, sim, no papel de oposição ao Município e ao Estado, defendendo, sim, o
nosso Governo, o do Presidente Lula, mostrando a diferença de gestão que existe
entre dizer e fazer ou só dizer e criar falsas expectativas. E aí eu gostaria
de trazer um dado importantíssimo: o PAC, quando foi anunciado, previa
quinhentos e treze bilhões até 2010; com todas as demandas e as reorganizações,
hoje está em um trilhão, cento e quarenta bilhões de reais para ser investido
no País, e a duplicação da BR-101 finalmente está saindo; o Pólo de Rio Grande
está saindo; a duplicação anunciada da BR-290 até Pantano e também da BR-116 no
Pólo de Pelotas estão saindo; a duplicação do trem e muitos outros projetos
estão saindo. E é por isso, com essa visão do Brasil de investir em todos os
setores, que, diante da crise mundial - e isso foi dito nesta semana por todos
os organismos mundiais -, o Brasil e o Chile, na América Latina, sairão muito
superiores, em relação aos países desenvolvidos, desta crise que aí está.
Portanto, Sr. Presidente, não estamos aqui trazendo os projetos do Governo
Federal somente em anúncios; é projeto, organização e execução do Presidente
Lula, sob a coordenação da grande Ministra Dilma Rousseff. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público presente,
assistência do Canal 16, aqueles que nos acompanham pela TVCâmara, recebam a
nossa calorosa saudação.
Eu
apresentei na sexta-feira um Projeto que prevê a isenção de aluguéis e taxa de
condomínio para os camelôs, os ambulantes, agora comerciantes do Centro Popular
de Compras. E fiz a proposta no conceito de que, por um ano, a Prefeitura deveria
isentar esses comerciantes, que - habitualmente, como ambulantes, há muito anos
trabalham - tinham seus rendimentos no camelódromo convencional, na Rua da
Praia e naquela região, nas ruas envolvidas. Pois bem, isso tem que ser
entendido como uma idéia, uma proposta para ajudar a viabilizar o Centro
Popular de Compras. Eu sei que causou um mal-estar muito grande no Governo, em
especial ao Secretário Cecchim, da SMIC, mas quero só lembrar que, por ocasião
da aprovação do Projeto do Centro Popular de Compras, que é uma parceria
público-privado, foi apresentada a Emenda nº 06 - eu nem lembrava, fui lembrado
disso por um líder dos comerciantes, dos ambulantes.
Diz o art. 1º, que inclui parágrafo único ao art.
4º do Projeto de Lei do Executivo nº 6.960/05 (Lê.): “Parágrafo único. Os
“comerciantes populares” de que trata esta Lei, que forem habilitados para a
utilização dos espaços nos Centros Populares de Compras, serão isentos do
pagamento de taxas e de contribuições instituídas pelo Poder Público Municipal
nos doze primeiros meses de atividade”. Quem assina a Emenda é o Ver.
Bernardino Vendruscolo, do PMDB, Partido do Governo. Portanto, não é nenhuma
criação extraterrestre. Essa proposta já existe e obteve dez votos favoráveis,
catorze votos contrários e seis abstenções. Se somarmos os que foram favoráveis
mais os que tiveram dúvida à época, formam maioria nesta Casa, Verª Juliana
Brizola. Apresentamos esse Projeto de Lei, Ver. Engenheiro Comassetto - agora
temos o retomo, ele não é uma novidade, já recebeu essa Emenda quando da
aprovação do Projeto -, porque tenho sido procurado por ex-ambulantes, agora
comerciantes, que estão enfrentando grandiosas dificuldades para realizar o
comércio. Na realidade, nós temos que entender que é profundamente legítimo o
Poder Público aportar o
subsídio por um período, até que o novo empreendimento, o novo ponto, crie uma
rotina, crie um hábito, crie uma tradição e torne-se efetivamente um
equipamento bom para a Cidade, bom para os consumidores que buscam as
mercadorias e melhor ainda para os comerciantes, que têm ali a geração de renda
garantida, o sustento das famílias.
No
entanto, Ver. Pedro Ruas, nós levantamos os dados e identificamos que os preços
cobrados no Centro Popular de Compras, que foi um contrato unilateral, gira em
torno de cem reais o metro quadrado. Fazendo uma estatística de todo o espaço
comercial disponível em Porto Alegre, o preço do metro quadrado mensal varia de
oito a vinte e cinco reais. Portanto, nós temos aí um preço que é quatro vezes
superior ao preço médio máximo cobrado em Porto Alegre, quer seja no Centro da
Cidade, quer seja em Petrópolis, no Bom Fim, em qualquer outro lugar. Além de
uma crise mundial que afeta toda a economia, nós temos também um exagero, um
desequilíbrio, porque não foi o mercado que regrou esse preço; foi, sim, uma
imposição.
Eu
acho que, quando há esse tipo de equívoco, deveria ser natural o Governo rever
sua posição e adequar uma proposta que fortaleça um equipamento que nós todos
torcemos para que dê certo. Fica aqui a minha manifestação. Não é novidade,
porque já foi Emenda da própria base do Governo por ocasião da aprovação do
Projeto. Obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu
convido os Srs. Líderes ou as representações das Bancadas para uma breve
conversa aqui na presidência.
O
Ver. Mario Manfro está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. MARIO MANFRO: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, gostaria de me manifestar a respeito do Projeto do nobre
colega que me antecedeu. Nós já tivemos oportunidade de debater essa isenção de
um ano de pagamento no Centro Popular de Compras. Eu acho que houve um
investimento muito grande por parte do Governo Municipal lá; houve uma queixa
de que faltavam determinadas condições, tudo foi feito, e eu não vejo um
critério... Acho que é um Projeto “jogo para a torcida”, porque, como disse o
nosso Secretário Cecchim, antes os ambulantes tinham que guardar os seus
produtos de venda em depósitos, o que ocasionava um gasto maior, e eles estavam
sujeitos às intempéries, que também estragavam os materiais. Eu gostaria de
saber qual o critério desse um ano de isenção. Por que não oito meses ou quinze
meses? Eu só acho que o Vereador se baseia no fato de que alguns comerciantes,
ex-camelôs, teriam colocado que estariam com dificuldades de fazer o pagamento
dos aluguéis, e eu concordo, só que estamos vivendo um período atípico, pois
estamos em fevereiro, época em que um percentual muito grande de habitantes não
estão em Porto Alegre, e devemos, antes de nos precipitarmos, esperar que volte
à normalidade, esperar março, abril; aí, sim, poderemos ver qual a real
situação desses comerciantes. Assim como muitos se manifestam que estão com
dificuldades de fazer o pagamento dos referidos aluguéis, eu também já ouvi
diversos ex-camelôs se manifestando que estão ganhando muito mais agora do que
antes.
Nós estamos vivendo, como disse, um período
atípico, um período de férias, um período em que muita gente não está em Porto
Alegre. E tenho certeza de que em março, abril esse comércio pode ser
reaquecido, e, se isso não acontecer, tenho certeza de que o Governo terá
sensibilidade suficiente para encontrar uma solução. Tem de ser uma solução
baseada no bom senso, não é simplesmente isentar por um ano o pagamento dos
aluguéis, porque, senão, Porto Alegre, os habitantes de Porto Alegre estarão
subsidiando por um ano os camelôs. E aqueles lojistas, aquelas pessoas que
pagam os seus impostos... Se todas as pessoas que estão com dificuldades
financeiras para pagar o seu aluguel conseguissem uma isenção de um ano, que
bom seria, que bom seria!
Eu acho que é demagógico, extremamente demagógico
este Projeto de Lei, porque tem muita gente, infelizmente, com dificuldade
financeira para pagar os seus aluguéis. Por que esse privilégio aos camelôs?
Acho, sim, que o Governo Municipal tem que ter bom senso, deve estudar caso a
caso a situação daqueles que estão com uma dificuldade maior, mas não
simplesmente aprovar uma lei que, no meu modo de ver - torno a dizer -, é
demagogia, uma lei que dá isenção de um ano a todos os comerciantes que fazem
parte do camelódromo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Senhoras e
senhores, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, inscrevi-me a partir da manifestação
do Ver. Mario Manfro e a partir dessa discussão sobre o nosso Centro Popular de
Compras. Quero dizer que eu, há algum tempo, há mais de um ano, um ano e meio,
faço um curso de mestrado na Fundação Getúlio Vargas e tenho pesquisado - esta
é a tese que estou escrevendo - sobre a micro e a pequena empresa. Na minha
avaliação, o desenvolvimento do País passa, sim, por empresas de qualquer
tamanho, mas também e principalmente o desenvolvimento do nosso País passa
muito pelo fortalecimento, pelo crescimento e sobrevivência da pequena empresa.
A pequena empresa gera, em média - e existem
inúmeras pesquisas em todo o País -, três empregos e, em nosso País, sobrevive
em média cinco anos, no máximo. O que nós temos de analisar, então? Os
Municípios não atraem, de uma hora para outra, uma grande ou uma megaempresa,
nem as capitais brasileiras e muito menos os pequenos Municípios do País. O que
é preciso? O Município tem a possibilidade, a capacidade de criar inúmeras,
milhares; vejam que mais de quinhentas mil empresas nascem por ano no País, mas
em torno de 60% delas não sobrevivem cinco anos. Significa que nascem quinhentas
mil e quase trezentas e cinquenta mil microempresas se esvaem nos primeiros
anos. Na verdade, são milhares de empregos que deixam de existir.
Eu me filio à posição do Ver. Mario Manfro, no
sentido de que... Vejo como um avanço necessário para todos os Municípios
brasileiros - nós estamos tratando de Porto Alegre - um estudo, com afinco,
sobre a micro e pequena empresa, para a partir dele conquistarmos benefícios
fiscais e não-fiscais ao conjunto
de microempresas e pequenas empresas do Município de Porto Alegre. Então, não
estou me manifestando nem a favor nem contra a proposta, porque recém li o que
está inscrito, mas tenho absoluta convicção de que a micro e a pequena empresa
são a mola propulsora econômica deste País. E acredito que é necessário, sim,
um estudo aprofundado desse tema em todos os Municípios brasileiros. Vejam a
quantidade de exigências feitas a um pequeno empresário se ele for ao Banco do
Brasil, à Caixa Econômica Federal, ao Banrisul, a bancos privados e públicos e
pedir dez mil reais emprestados. Agora, se for ao banco aquele empresário que
não precisa - grandes empresários -, normalmente, a ele se emprestará dinheiro
com juros de 1% ao mês, sem garantia, carência de um, dois, três ou quatro
anos. Se um pequeno ou microempresário aqui do Centro Popular de Compras
pedir dez mil reais ao Banrisul, ou ao Banco do Brasil, ou a um banco privado,
vejam quanto cobram e que exigências fazem para liberar dez mil reais.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereadores,
não havendo matéria priorizada para a Ordem do Dia, dou por encerrada a
presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h07min.)
*
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